"É a isto que se chama o acto breve, isto é, uma copulação rápida que tem o mau effeito de não ser o goso partilhado, como a natureza tem estabelecido", Dr. Jules Proust em "O Acto Breve", 1910 (edição portuguesa)

24 de junho de 2009

Era uma vezzz...

Um Sapo Verde com uma cabecinha pequenininha, mas com um tronco tão grande que, depois do meio-dia, os sete anões de sua sombra faziam poiso para um copo de vodka e uns tronocos emborcarem e acerca dos seios de Branca de Neve dissertarem. Vivia o Sapo Verde bem dentro da foresta, numa peculiar região de tundra, onde se acomodava numa folha de couve. Dado seu elevado peso, o Sapo Verde se locomovia com dificuldade, pelo que a Natureza o dotara de uma comprida língua com a qual cutucava, de quando em vez, o ombro de uma pequena criatura, enfiada num fato almofadado e com um gorro de bobo, conhecida no Palácio por tropeçar atrás das moitas e se engasgar em espasmos afásicos e disléxicos. Sabe-se, por A mais B e, quiçá, por C, que o Sapo Verde que dorme na couve congemina congeminações na foresta, aspirando conquistar as vastas propriedades dos De Fuinhas. Ao alvorecer, D. Ramiro chegará ao coração da foresta na sua carruagem negra, conduzida por um homem de negro com uma máscara em bico. Uma vez lá, privará com influentes duendes e chegará às falas com o Sapo Verde. Irá também à gruta do Grande Feiticeiro dos Cornos em V, que lerá sua sina nas borras das ceroulas, dado ter as mãozinhas agregadas ao baixo-ventre. No Palácio, D. Raimonda tecerá túnicas e mantos, como Penélope, conversando eloquentemente com as vozes que constantemente a atormentam. Passeará nua com seus burseguins pelos jardins, rindo e arrastando D. Ursinho, no seu trenó forrado a veludo italiano. É provável que Mestre Piolo de Botiphar vá à Botica adquirir Centrum para suas actividades intelectuais prolíferas e Xanax, que colocará no seu anel, para o que der e vier.

Sem comentários:

Enviar um comentário